Crianças que sobreviveram ao câncer têm um risco aumentado para desenvolver problemas psicológicos. Com os melhores prognósticos para a doença, as complicações enfrentadas pelos sobreviventes ganham maior destaque. Estudos são mostrados como o impacto é especialmente duro para os jovens, indicando que crianças e adolescentes que superam o câncer têm mais chances de enfrentar não somente complicações relacionadas à enfermidade, mas também distúrbios psicológicos.

A psicóloga Jeanelle Folbrecht, diretora de um programa para adolescentes no centro médico City of Hope, em Los Angeles, explica: “Esses jovens pacientes lidam com um enorme volume de tristeza. Não se trata apenas do peso de ter uma vida abreviada, porque muitos sobreviveram, mas de uma sensação de luto sobre como suas vidas foram sem o câncer. É um luto relativo às especificações físicas, à impossibilidade de se envolver em determinadas atividades ou esportes, e até de seguir uma carreira

De acordo com uma meta-análise baseada em 52 estudos clínicos, que somaram 20 mil participantes, os sobreviventes apresentaram mais chances de desenvolver transtornos psicológicos depois da remissão, se comparados com seus irmãos e um grupo de controle. As crianças e os jovens tinham um risco 57% maior de desenvolver depressão, 29% maior de sofrer de ansiedade e 56% mais chances de apresentar um quadro psicótico. O estudo foi publicado na revista científica JAMA Pediatrics . Resposta

No Brasil, o câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral, perdendo apenas para acidentes. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, no triênio 2023/2025, ocorreram 7.930 casos de câncer na faixa entre zero e 19 anos.