O Zoológico da Universidade de Caxias do Sul tem um novo visitante desde a última semana: um filhote de gato-maracajá (Leopardus wiedii), resgatado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura. Acolhido pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), o felino selvagem passou por tratamento intensivo e já está fora de risco. Em reestabelecimento, segue com boa perspectiva de evolução e de reintegração à natureza, com projeção de soltura nas próximas semanas.
A espécie é encontrada em quase todo o Brasil, sobretudo na Amazônia e na Mata Atlântica, entretanto, com pequena população. Na lista dos animais em extinção no Brasil, é colocada em risco a partir de caça e derrubada ou fragmentação de seu habitat natural – seu ambiente preferido são as matas densas. Na natureza, alimenta-se de ratos e aves de pequeno e médio porte, frutas e sementes.
O animal, um macho, foi resgatado em uma propriedade rural do município de São Marcos extremamente desidratado, prostrado e com endo e ectoparasitas. Recebeu os primeiros cuidados em uma clínica veterinária ainda em São Marcos e foi encaminhado à UCS para tratamento.
Os testes forneceram indicativos de que não se alimentava há bastante tempo, conforme explicou o médico veterinário responsável técnico pelo Zoológico da UCS, Gabriel Guerreiro Fiamenghi.
O Zoo já abriga, desde 2013, um exemplar de Leopardus wiedii. Resgatado pela Polícia Rodoviária Federal, às margens de rodovia próxima à cidade de Nova Petrópolis, o animal apresentava risco de atropelamento. Ainda filhote, e tendo se habituado ao convívio com os humanos, não pôde retornar ao habitat natural e tornou-se morador da Instituição.
A UCS é referência regional e estadual no acolhimento de animais para tratamento, com destinação feita, protocolarmente, via Secretaria do Meio Ambiente.
Inaugurado em 1997, o Zoo da UCS funciona como centro de recuperação e abrigo de animais silvestres apreendidos em cativeiro ilegal ou encontrados debilitados, feridos ou órfãos, que após avaliação e tratamento veterinário especializado podem permanecer no local, ser encaminhados para criadouros legalizados ou reintegrados à natureza. Ali, também desenvolve-se Educação Ambiental, estágios voluntários, curriculares, entre outras atividades.