Matheus Gabriel Barazetti, 12 anos, adiantou-se alguns níveis no aprendizado de Língua Inglesa por conta própria. Faminto por informação e preocupado com o desequilíbrio climático, exige muita negociação dos pais para não virar noites em claro produzindo e editando animações, que gosta de lançar na internet. Em sala de aula, absorve conhecimento em maior velocidade e volume do que há suprimento disponível na carga curricular tradicional. Estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Renato João Cesa, o adolescente se enquadra na categoria de indivíduos portadores de altas habilidades ou superdotação.
“Tudo com ele foi cedo. Começou a andar por volta dos 10 meses e a falar, mais ou menos na mesma época. Com três anos estava assistindo noticiário. A demanda é tão complexa, que eu mesma fui cursar Pedagogia, para poder entendê-lo melhor”, revela a mãe, Mariagoret Gregoreki Barazzetti, que há cerca de um mês colou grau no ensino superior para acompanhar o ritmo do filho.
O tema, como ela sublinha, é comum a muitas outras famílias e requer atenção especial. Em função dessa questão Caxias do Sul criou através de lei de autoria da vereadora Marisol Santos a Semana Municipal de Superdotação e Altas Habilidades, a partir de 10 de agosto. A proposta já foi sancionada pelo prefeito Adiló Didomenico.
“É um assunto que merece visibilidade. O governo municipal nos apoiou em absolutamente tudo desde o início, mas é um ato para instituir que se pense neste assunto sempre”, comentou a parlamentar.
Para o executivo, a proposta tem mérito ainda maior, considerando-se a valorização das capacidades elevadas de crianças e jovens das redes pública e privada de ensino. “É uma geração nova que está vindo, muito à frente de nós e que só compreenderemos com o tempo”, observou Adiló.