Debatida há mais de uma década, sem uma solução efetiva, a superpopulação de pombos em Caxias do Sul, principalmente na área central e bairros próximos, terá atenção especial por parte do Poder Executivo.
Diante do quadro que se agrava de forma sistemática pela conduta de um grupo reduzido de pessoas que descumpre a lei que proíbe a alimentação dos pombos, a Prefeitura adotará medidas mais severas que visam colocar fim a esta prática.
Uma das medidas propostas já está na Câmara de Vereadores. Por meio de projeto de lei, o município propõe mudança no valor atual das multas a quem descumpre a lei de 2013, que proíbe a alimentação dos pombos. De 100 VRM (Valor de Referência Municipal), o valor sobe para 1000 VRM, ou seja, de pouco mais de R$ 400 para R$ 4 mil.
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Mas antes de iniciar as punições, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) iniciará um trabalho de conscientização junto às pessoas que alimentam as aves indevidamente.
O secretário, João Osório Martins, também informou que a secretaria intensificará a fiscalização sobre todas as formas de distribuição de alimentos às aves, não apenas aquelas distribuídas em grandes volumes, como sacos de milho. A Prefeitura conta com a colaboração da comunidade para identificar quem alimenta as pombas. O contato por ser feito pelo Alô Caxias, número 156. O anonimato do denunciante é assegurado.
A Semma contratou estudo da Universidade de Caxias do Sul para calcular o número de aves presentes nas três principais praças centrais e as prováveis doenças.
De acordo com a médica Anelise Kirsch, infectologista do Controle de Infecção Municipal, é comum a ocorrência de doenças a partir do ar-condicionado, com inalação de ar contaminado por excrementos das aves. Relatou que são doenças graves, com longos períodos de recuperação, incluindo em muitos casos cirurgias e internações em unidades de terapia intensiva, além de danos irreversíveis, como cegueira.
A pomba da praça, como é popularmente conhecida, é uma ave exótica e doméstica, de origem europeia e asiática, que vive até 17 anos na natureza. No ambiente urbano, este período é encurtado, podendo cair para seis anos. A reprodução ocorre de cinco a seis vezes no ano, com dois ovos chocados pelas fêmeas. Os filhotes estão prontos para voarem entre 40 e 45 dias.