A Câmara Municipal de Vereadores de Flores da Cunha homenageou nesta quinta-feira (1º), o agricultor e contador de histórias Alfeu Scortegagna, 85 anos. Ele recebeu a Medalha Mérito Florense, por sua trajetória de participação e preservação da história e da cultura da cidade. A proposta partiu da vereadora Silvana De Carli e foi aprovada por unanimidade na Casa Legislativa.
Alfeu Scortegagna nasceu em 28 de julho de 1937 é o segundo filho do casal Henrique Scortegagna e Vicenza Bordin Scortegagna. Casou-se com Léa Mascarello Scortegagna no dia 18 de abril de 1964 e juntos tiveram o filho André Scortegagna.
Scortegagna, é um senhor de 85 anos de idade que carrega as comunidades da Linha 40 e do Travessão Alfredo Chaves consigo. Em sua trajetória sempre se manteve na profissão de agricultor, mas a sua atuação como cidadão fora muito além disso.
Detentor de muitos conhecimentos e dispersor da história e cultura local, teve um papel importante para a construção da identidade cultural da comunidade de Alfredo Chaves e Linha 40. Durante a sua vida, muita história passou diante de seus olhos, e também muita história lhe foi contada sobre o passado de Alfredo Chaves e Linha 40 e, por isso, hoje em dia cumpre a função de repassar às gerações mais novas tudo o que viu e aprendeu.
Conta que até 1905 Alfredo Chaves era palco de um agitado e importante centro comercial. Na época, a localidade era conhecida como “Nova Veneza” e tinha até pousadas para receber os tropeiros que faziam a parada obrigatória. Essa movimentação se devia ao fato de a comunidade estar próxima à “Estrada para Vacaria”, a principal ligação entre os Campos de Cima da Serra e o Vale do Caí, de onde a produção serrana saía para os grandes centros de consumo.
De lá para cá, muita coisa aconteceu e a missão de Scortegagna tem sido a de ser um livro de história vivo. Conta relatos de como eram os primeiros banheiros da localidade, de como a igreja foi construída e de como era o relacionamento entre os vizinhos na época.
Tudo isso tem uma grande importância no sentido de preservação da história e da cultura de Flores da Cunha porque mantém vivas as memórias dos acontecimentos que moldaram o município e definiram diversos aspectos da cultura local.
Além disso, sempre esteve muito atuante na comunidade: participou diversas vezes das comissões e das diretorias das comunidades. Na Comunidade São Judas Tadeu da Linha 40, construiu a nova igreja e também iniciou a construção do primeiro salão comunitário do local. Em 1983, fez parte da Comissão do Centenário da Colonização Italiana do Travessão Alfredo Chaves. Em 2008 participou da Comissão dos Festejos aos 125 Anos da Colonização Italiana na comunidade. Também esteve à frente da Comissão do Plebiscito para que o Travessão Alfredo Chaves e Linha 40, não fossem incorporados ao município de Nova Pádua e permanecesse no município mãe, Flores da Cunha.
Na política, Scortegagna sempre foi um entusiasta e atuou como conselheiro nos bastidores das eleições. Filho de agricultores, trabalhou com a produção de uvas e criou um dos primeiros aviários do município, empresa que conduziu até a década de 1990. Por 60 anos foi um dos principais fornecedores para a Ritter Alimentos. E desde 2016 é incentivador da Vinícola Scortese, conduzida pelo filho André.