Com o lema: “90 anos da Diocese de Caxias do Sul em comunhão, participação e missão”, o Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio e toda a Diocese de Caxias do Sul celebraram, nesta sexta-feira, 02 de fevereiro, a 124ª Romaria Votiva. A programação iniciou no dia 24 de janeiro com uma novena preparatória, marcada pela peregrinação da imagem de Maria Santíssima pelas paróquias e comunidades das cidades de Farroupilha, Nova Roma do Sul, Pinto Bandeira, Caxias do Sul e Flores da Cunha.
O dia festivo, 02 de fevereiro, como há 124 anos, é intenso no Santuário de Caravaggio. A primeira Missa foi celebrada às 08h e o mesmo aconteceu às 15h. Outra Missa na hora da aparição de Nossa Senhora a Joaneta, 17h, e o Terço, às 18h. O lema escolhido para celebrar a Romaria, em 2024, demonstra a unidade da Igreja presente na Serra Gaúcha sob a intercessão da Virgem de Caravaggio, proclamada padroeira há 65 anos, na celebração dos 25 anos da Diocese de Caxias.
O momento de maior fluxo de fiéis devotos, no entanto, foi registrado pelas 10h durante a Missa solene, presidida pelo bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon. A celebração contou com a presença do bispo emérito, Dom Alessandro Ruffinoni, do reitor do Santuário, padre Ricardo Fontana, e de outros sacerdotes diocesanos e religiosos.
Durante a Missa da liturgia da Apresentação do Senhor aconteceu a bênção das velas, na recordação de Jesus, luz do mundo. O Santuário, que ficou lotado para a celebração, estava decorado com uma videira logo na entrada e um grande cacho de uva, formado por dezenas de cachos das parreiras das propriedades locais, diante da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio.
Em sua homilia, Dom José recordou a importância da história de fé dos imigrantes italianos que chegaram há quase 150 anos e que construíram uma Igreja sólida, baseada no tripé da fé, da família e do trabalho, sendo o maior passo dado em 08 de setembro de 1934, com a criação da Diocese de Caxias. São nove décadas, de comunhão, participação e missão. “Esse lema nos motiva a louvarmos e agradecermos pelo caminho percorrido, como Igreja diocesana, nesses 90 anos de história de fé desse povo de Deus”, salientou.
Ao final da Missa, os jovens da Paróquia Jesus Ressuscitado, de Farroupilha, emocionaram os fiéis ao encenarem a história que recordou o início da Romaria Votiva nos anos 1899 e 1900. Também emocionado, Dom José fez questão de pontuar a necessidade de olhar com atenção a transmissão da fé. “Que não esqueçamos da nossa história, porque a história liga o presente ao passado. Que tenhamos a força da fé e que saibamos ajudar os nossos jovens a acolher tantos valores, cultivá-los e transmiti-los, no futuro”, concluiu.
Logo depois, centenas de tratores e outros implementos agrícolas seguiram o carro-andor com a imagem de Nossa Senhora de Caravaggio em procissão pela Avenida Dom José Baréa e, ao retornarem, as famílias e máquinas foram abençoadas. No interior do Santuário, os padres também realizaram a bênção da garganta, por intercessão de São Brás, que será celebrado no sábado, dia 03 de fevereiro.
Para o reitor do Santuário de Caravaggio, padre Ricardo Fontana, celebrar a 124ª Romaria Votiva e os 90 anos da Diocese é também uma expressão da unidade diocesana. “É muito fácil conciliar os 90 anos da Diocese, os 150 anos da Imigração Italiana e esses 124 anos da Romaria Votiva. Nossos imigrantes chegaram com os ‘quadrinhos da fé’, de Nossa Senhora e dos santos, e com a oração dos simples, o Terço, constituíram suas vidas e suas bases sólidas, que nos ajudam a chegar até aqui”.