Uma iniciativa da Prefeitura de Caxias do Sul criada e desenvolvida pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) há dois anos para enfrentar um dos mais corrosivos efeitos sociais da pandemia de Covid-19 produz os primeiros resultados na temporada 2023. Em apenas um mês de ação neste ano letivo, o projeto Eu Conto, Todos Contam, que combate a evasão escolar, já conseguiu resgatar de volta para as salas de aula 25% dos estudantes atendidos.
A partir da SMED, a proposta conjuga esforços com as secretarias municipais de Cultura, Esporte e Lazer, Saúde, Segurança Pública e Proteção Social e Fundação de Assistência Social (FAS). O propósito consiste em disponibilizar atividades extracurriculares para estudantes detectados em situações instáveis, prestes a abandonar os estudos, assegurando a escola como um lugar de aprendizagem e referência de segurança e estabilidade.
Em 2023, 12 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) estão integradas ao projeto: Basílio Tcacenco, Dolaimes Stedile Angeli, Erico Verissimo, Fioravante Webber, José Protásio Soares de Souza, Machado de Assis, Mario Quintana, Paulo Freire, Presidente Tancredo de Almeida Neves, Ramiro Pigozzi, Ruben Bento Alves e Santa Lúcia.
Como opera a iniciativa: a equipe diretiva da escola indica, em média, cinco estudantes que estejam em situação de abandono escolar ou que apresentem indícios de evasão. Preferencialmente, estudantes que estejam nos últimos anos do ensino fundamental. O público-alvo tem a partir de 13 anos, com idade média de 14,6.
De posse da indicação, as equipes preenchem uma planilha com informações a serem encaminhadas para a SMED. Em seguida, é elaborado um plano de ação individual para cada estudante. Equipes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da FAS, além da equipe de serviço psicossocial da SMED, visitam a moradia do estudante com o objetivo de entender a situação em que vive e quais necessidades mais urgentes apresenta. Com base nesta visita, é feito um relato sobre os principais pontos e ações que devem ser trabalhados posteriormente.
“As famílias não são identificadas como participantes do projeto. Ou seja, elas não sabem que seus filhos estão sendo auxiliados indiretamente pela escola. É uma medida que não tem finalidade de privação. Muito pelo contrário. A ideia é evitar que eles se sintam inferiores aos demais por suas condições e necessidades. O objetivo principal é ajudar o estudante da maneira mais adequada, destacando que independentemente da situação em que ele se encontra, se insistir nos estudos, a escola sempre será um ambiente seguro e familiar”, explica o professor e assessor de projetos da SMED, Edelvan Borelli.