“Povo sem memória, povo sem história! Preservar o patrimônio histórico e cultural é um dever da comunidade e dos seus governantes! Sabendo de onde viemos, construímos uma estrada mais segura para o futuro!”
A comunidade São Roque/Distrito de Colombo, no município de Guaporé, ao longo dos tempos, especialmente nos anos de 2018 e 2019, buscou revitalizar estruturas arquitetônicas que, com o passar dos anos, seriam “apagadas” da história, mas não da memória de muitos guaporenses.
Sob liderança do agricultor e entusiasta da valorização do lugar Sérgio Ortolan, da família Locatelli e incentivo do engenheiro agrônomo do Escritório da Emater/Ascar-RS Antônio César Perin, os moradores arregaçaram as mangas e reestruturaram o Capitel São Roque e a Escola Brizoleta, denominada José Alberto Lucatelli.
Doada pela família Locatelli, a área onde estão localizadas a Brizoleta e o Capitel São Roque entrou para a história e para a memória viva da comunidade de Guaporé em 2019. As estruturas revitalizadas pelos moradores foram declaradas “Patrimônio Histórico de Guaporé” pela Administração Municipal.
A comunidade São Roque na época da construção das estruturas, além da doação da área de terra, doou materiais e mão de obra. Mais de 400 alunos foram alfabetizados na Escola, construída em 1960.
O educandário, carinhosamente chamado de “Brizoleta”, está passando por um processo de resgate histórico ao lado de tantas outras construídas pelo Governo Leonel Brizola em 1962. Foram quase cinco mil edificadas.
A Brizoleta da Comunidade São Roque vai virar museu. O desafio agora é encontrar objetos para compor o acervo.
A principal realização de Leonel Brizola no Rio Grande do Sul, o qual governou de 1959 a 1963, foi a multiplicação das escolas. Como governador do estado repetiu, em escala estadual, o que já havia feito em seu mandato como prefeito de Porto Alegre. Multiplicou as salas de aula, criando uma rede de ensino primário e médio que atingiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas do pampa, de baixa densidade populacional, criando 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios, colégios e escolas normais, totalizando 6.302 novos estabelecimentos de ensino. Abriu 688.209 novas matrículas e admitiu 42.153 novos professores.
Para possibilitar isso, houve mobilização da população e apoio dos prefeitos. As prefeituras cediam terreno e transporte, e mão-de-obra com os mutirões populares, ao passo que ao estado cabia o fornecimento dos recursos materiais e financeiros. Isso possibilitou a construção de muitas escolas em pouco tempo.